Entrevista: Graci Rocha

Olá, livreiras e livreiros! Tudo bem com vocês? Bom, hoje eu trouxe, finalmente, a segunda entrevista do blog, vamos comemorar! A entrevista de hoje é com uma das escritoras mais fofas que eu conheço, Graci Rocha. Quem leu minha resenha do livro dela, "Uma canção de amor", sabe o quanto eu amo a escrita dela. Mas vamos para a entrevista!

1. Primeiramente, nos conte um pouco sobre você:
R: Primeiro quero dizer obrigada pelo convite. É muito bom saber que mais pessoas também ajudam a alavancar nossa literatura.

Falar de mim mesma é sempre uma tarefa difícil, mas vamos ver se consigo passar um pouco de mim. Por formação eu deveria ser professora, mas desde sempre vivo por e pela literatura. Venho de uma família muito simples que sofreu muito e passou por grandes dificuldades. Em muitas ocasiões eram os livros que me faziam esquecer do estômago roncando. Livros que pegava na biblioteca da escola e depois sofria por ter de devolver, rsss. Costumo dizer que a literatura salvou a minha vida nesses momentos e mais tarde transformou minha vida. Quando tinha uns doze anos, uma professora pediu uma redação, levei uns dias para fazer mas entreguei um total de 8 folhas. Ela quase infartou, mas levou o texto mesmo assim para ler. Passou algum tempo e fui chamada por essa professora para conversar, suas palavras ainda reverberam na minha mente: "Nossa, Graci, você é escritora, tem muito talento. Estude e não esqueça isso, não perca isso." Quando cheguei em casa eu pulava, gritava. Não me importava mais o bullying que sofrera quando mais nova, nem a falta de comida na geladeira, ou de roupas boas. Tudo o que me importava era que eu tinha um motivo para existir, eu ERA UMA ESCRITORA. Passei a escrever pequenas histórinhas e ler cada vez mais. Hoje EU SOU ESCRITORA. Sou também mãe de família, amiga, irmã, esposa, uma eterna estudante e uma leitora cada vez mais voraz.

2. Qual foi o primeiro livro que você escreveu?
R: Solitud- Um amor de cinema. Foi o momento mais louco da minha vida. Lembro que estava cheia de trabalhos e não tinha tempo para respirar, mas eu intercalava entre meus afazeres lucrativos e o livro que parecia ter vida própria. Eu simplesmente respirava cada parágrafo. Alex Clark nasceu como um escritor decadente que precisava de um grande sucesso de bilheteria para não acabar com sua carreira de astro de Hollywood e assim também nasceu Cristina, uma escritora brasileira virada do avesso, que jamais venderia seu original para Clark transformar num filme qualquer. Juntos, os dois encheram meus dias de amor. Além de que Conrad Malcolm e Annie simplesmente me levaram a loucura enquanto tentavam escapar das tiradas malvadas do destino. E Marcy, será minha heroína para sempre, pois ninguém conseguiria colocar Ethan em seu devido lugar como ela fez. Solitud é um livro para quem quer viver grandes emoções.

3. Você vive da escrita ou tem alguma outra profissão?
R: Vivo da literatura. Além de escrever e vender meus livros, também trabalho como leitora crítica, ajudando novos autores a traçar seu caminho na literatura e levar seus escritos ao mundo. É maravilhoso ver o potencial se desenvolvendo em nosso meio.

4. Sua família te apoiou quando você disse que queria ser escritora?
R: Então, hoje em dia tenho muito apoio. Meu marido é meu super herói e sempre está participando da criação dos meus livros, ouvindo cenas, tramas e até ajudando a vender livros. Meus filhos também não ficam atrás, sempre participando de cada fase das minhas obras.

5. Vejo que sua escrita é bem diversificada (fantasia, romance, etc), porque optou por escrever livros de diferentes gêneros?
R: Ahhhhh! Nem me lembre isso. Queria ser um ser humano normal, como todo autor louco que escolhe um estilo e vai de cabeça nele. Mas eu não consigo. Amo fantasia e sempre dou preferência para esse estilo, mas de vez em quando sou atacada por alguns personagens que vem e resolvem querer existir e sou simplesmente obrigada a me deixar levar. Foi assim com a Nina e o Daniel de Uma Canção de Amor que é um livro para jovens. Eles chegaram, ela com suas brigas e seu heavy metal e ele com seu piano e crises de asperger. Não teve jeito, só o que pude fazer foi deixá-los ganhar vida. Às vezes acho que não tenho identidade nesse sentido. De terror a romance, o que tiver de ser será. Rsssss.

6. Você costuma ler livros nacionais?
R: SIMMMMMMMMMM. Dos clássicos aos contemporâneos. Amo a literatura nacional e tenho convicção de que ainda precisamos de mais, muito mais autores para transformarmos nosso mundo.

7. Até o momento, qual foi o livro que mais te deu trabalho para escrever e porquê?
R: Então, desde os meus 17 anos estava tentando escrever um livro, fiz milhares de versões e cheguei a desistir de ser escritora por ele. Por incrível que pareça depois de escrever os primeiros, esse livro simplesmente reapareceu em minha vida e decidiu que tinha chegado sua hora. Agora, estamos retocando, aparando arestas e em breve quem sabe ele ganhe o mundo e possa também emocionar os leitores. O nome vou deixar para contar mais adiante. :P

8. Com base na sua experiência, você considera fácil a publicação de livros nacionais?
R: Depende muito do ponto de vista. Editoras tradicionais querem vendedores de livros e não apenas escritores geniais e editoras pequenas querem os bons. Então acho que é uma via de duas mãos e para se decidir se é fácil ou não vai de você saber o que quer. Se quer uma editora tradicional, sim, esse é um caminho longo que depende muito da sua força de vendas de suas obras e se você quer pelo menos dar o primeiro passo, às vezes uma editora pequena que cobre é um investimento bom. Mesmo grandes autores de hoje em dia precisaram investir em suas obras.

9. Onde/no que você busca inspiração para escrever seus livros?

R: Nas pessoas, nas peculiaridades e sentimentos humanos.

10. Deixe um recado para as livreiras e para os livreiros do blog "Duas Livreiras":

R: Oi gentemmmmm. Espero que tenham gostado da entrevista e convido a todos a conhecer minhas obras. Vou deixar os links a baixo. E Leiam nacionais viu!

Livro(s): A maldição de Arthur / Solitud / Uma canção de amor

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Bom, essa foi a entrevista de hoje, gostaram? Deixem nos comentários o que acharam da Graci e se ficaram interessados nos livros dela. Eu dei início na leitura de "A maldição de Arthur" hoje, e já estou amando. Não sei quando irei terminar, pois estou lendo outro livro ao mesmo tempo, mas fiquem de olho no blog porque em breve terá resenha dele. Beijos e até a próxima postagem!