04/09/2020

[Resenha] Um caminho para a liberdade | Jojo Moyes

Um caminho para a liberdade

Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 424
Resenha por: Viviane
Avaliação: 5/5
Compre: Amazon / Submarino




Sinopse: Em uma época em que não seguir os costumes e a religião era transgressão gravíssima, o caminho de um grupo de mulheres se cruza de maneira inesperada. A década de 1930 está chegando ao fim, e, em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, a ideia de que as moças administrem uma biblioteca itinerante desafia o status quo.

Com o compromisso de levar livros para os moradores mais pobres da região, Margery, Alice, Beth, Sophia e Izzy aceitam trabalhar na biblioteca. E à medida que enfrentam inúmeras dificuldades, como aprender a cavalgar, percorrer rotas de difícil acesso e suportar o preconceito dos mais conservadores, elas fortalecem o laço que as une e descobrem mais sobre si mesmas. Em pouco tempo, toda a cidade se volta contra o grupo, colocando em risco a sobrevivência do projeto. E as mulheres vão se perguntar mais uma vez se o poder das palavras será suficiente para salvá-las.

Inspirado em uma história real, Um caminho para a liberdade fala de lealdade, independência e justiça. Com uma trama envolvente e emocionante, Jojo Moyes faz o leitor refletir sobre as redes de apoio e amizade entre mulheres e como é preciso ir além dos nossos - supostos - limites. Afinal, conquistar a liberdade nunca é fácil.

Resenha: O livro conta a estória de quatro jovens, nos anos 30, que tinham a missão de levar conhecimento na forma de livros às áreas rurais mais remotas e isoladas da cidadezinha onde viviam, sempre a cavalo.

Beth é uma jovem rebelde que vive com o pai e irmãos, e fuma e bebe às escondidas. Izzy é filha da idealizadora do projeto e foi forçada pela mãe a trabalhar na biblioteca, para dar exemplo de voluntariado e estimular outras mulheres a fazer o mesmo; a moça reagiu muito mal, pois tinha uma deficiência física, resultado da poliomielite que teve quando bebê. Margery é uma mulher independente de quase quarenta anos, que mora sozinha, mas mantém um relacionamento íntimo de dez anos com Sven. Alice, uma moça estrangeira que se casou com o filho do dono da mina local e não era vista com bons olhos pelos moradores locais, se voluntariou para tentar se enturmar e para provocar o marido, já que estavam tendo problemas no casamento de apenas meio ano por ainda morarem na casa do sogro.

"Aos poucos se deu conta de que trocara uma prisão domiciliar por outra."

Os livros eram doações e muitas vezes em péssimo estado. Margery traçou rotas e nas primeiras semanas fez a rota de Alice com ela para que a jovem estrangeira conhecesse a cidade e sua área rural. Alguns moradores as recebiam bem, outros nem tanto, e alguns até as ameaçavam com uma espingarda.

"Boa coisa não é. As mulheres têm é que cuidar da casa. Daqui a pouco vão querer que sejam mineradoras, dirijam caminhões..."

O foco do livro é a biblioteca a cavalo, mas como pano de fundo temos a mineração e a influência dos poderosos da cidade que querem tirar as famílias de suas casas para expandir o negócio. Margery fica sabendo e escreve cartas anônimas instruindo os moradores a não assinarem nada, mas logo ela é descoberta e compra uma briga enorme com o sogro de Alice, que é o dono da mineradora. Nesse ponto, o velho já tinha batido em Alice e ela já estava morando com Margery, fato que só aumentou a ira do homem.

Mesmo com um inverno rigoroso, as mulheres nunca deixavam de entregar os livros. Quando a neve derreteu, um corpo foi encontrado e, com ele, um livro da biblioteca; foi a oportunidade que o dono da mina viu de acabar com a biblioteca itinerante, acusando uma das mulheres de assassinato.

Eu devo dizer que me surpreendi muito com todo o desfecho deste livro. Anteriormente não tive uma experiência de leitura muito boa com a autora e comecei a ler este com receio de que fosse influenciada, mas não, a escrita é envolvente, temos cenas emocionantes e outras engraçadas. Praticamente li em dois dias, sendo que no primeiro li 250 páginas. Apesar de a narrativa se passar na década de 30, não temos uma escrita de época. O livro fala de empoderamento feminino, da luta das mulheres por direitos e reconhecimento, do machismo e da influência de quem tem recursos. Tem um rompimento de barragem que me lembrou muito as tragédias que nosso país viveu há pouco tempo. Tem o racismo, e tem também muita amizade, cumplicidade e romance. É uma leitura que indico muito.

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