26/05/2017

Resenha: O poder da fé - Sandra Werneck

O poder da fé

Autor(a): Sandra Werneck
Editora: Chiado
Páginas: 402
Resenha por: Viviane
Nota: 4/5
*E-book cedido pela autora para resenha




Sinopse: Uma palavra...

Se o leitor acha que este livro trata de consolo e coragem para a alma, esse não é o caso. Não que a fé não traga esperança aos corações, nem que ela não tenha o dom de produzir milagres (tal qual as palavras). Mas é o uso que cada um faz da fé que ilumina e direciona a caminhada da vida.

Dividido em três partes e com uma pitada de humor e sadismo, O Poder da Fé forma um mosaico de subjetividades e vozes, lançando um vislumbre sobre a vida e as misérias de três pessoas que vivem no subúrbio de Manaus e fazem uso da fé de maneira distinta. Essas três personagens dão vida e lugar a tipos diversos da camada social: prostitutas, cafetinas, idosos, jovens, homens e mulheres, todos em busca de luz.

Clara, esposa de Rogério, traveste-se de clarividente para ludibriar as pessoas e assim esquecer aquilo que dói por dentro e corrói sua alma, aproveitando para brilhar e destacar-se da multidão de tipos simplórios de seu bairro. Ela se envolve com Alemão, desprezando a única visão premonitória que tem em vida. Rogério, marido de Clara, movido pelo remorso e o desejo de enaltecer a mulher, cria uma nova igreja, travestindo-se de pastor, deixando-se seduzir pelo dinheiro fácil. Mas a perfeição não existe, nem mesmo no fausto. Ele percebe que a religião, mais que unir, pode segregar as pessoas. Antônio, irmão de Rogério, tenta restaurar a infância perdida e o louvor que aquece, ainda que o pastor não acredite, ainda que ele não queira, ainda que seja tarde.

Resenha: Nesse livro iremos conhecer Clara, uma mulher jovem que veio da caatinga para Manaus, trabalhou como diarista, vendedora e o que mais aparecesse. Muito bonita, chamava a atenção dos homens e despertava a inveja das mulheres. Um dia conheceu Rogério, um jovem pedreiro que também saiu do interior para tentar a vida na capital. Muito honesto e trabalhador, mas não o suficiente para bancar os luxos que Clara, agora sua esposa, gostava.

Ambos vieram de uma infância difícil: ela, criada pela mãe e constantemente abusada pelo padrasto; ele, criado pelo pai e pelo irmão dez anos mais velho, se culpava pela morte de sua mãe; mais tarde vem a saber que ela fugiu com outro homem, abandonando os filhos e o marido. Anos mais tarde, Rogério fica praticamente sozinho, já que o irmão cai no mundo na tentativa de encontrar a mãe.

Como já era habitual, por não conseguirem pagar o aluguel, Rogério e Clara mudavam-se muito, principalmente durante a madrugada para ninguém ver, em especial o dono do imóvel. Na mais recente morada, no bairro Monte da Oliveiras, Clara conhece dona Wanda, uma senhorinha muito simpática, mas um tanto esquecida. Em suas visitas, ela acaba contando à Clara detalhes da vida dos vizinhos, o que acaba dando uma grande ideia para a jovem ganhar um dinheiro fácil.

Imediatamente Clara prepara a casa e coloca na frente uma plaquinha com os dizeres: "Clara, a clarividente". Não demora para começarem a chegar os primeiro clientes e Clara, com sua esperteza, "lê" as mãos deles, chegando até a adivinhar algumas coisas e fazer várias sugestões; até ensina simpatias.

Com o passar dos meses, a "vidente" fica tão famosa que vem até gente importante para consultar-se, inclusive "Alemão", o chefão do pedaço, que exige uma porcentagem de 50% de tudo o que Clara está arrecadando, o que a deixa muito nervosa. Naquela noite ela tem pesadelos; se vê em uma igreja com alguém apontando uma arma para sua cabeça em frente à pia batismal. Na manhã seguinte, por coincidência, ou destino, bate à sua porta um policial armado pedindo ajuda da "vidente" para encontrar um bandido chamado Alemão, e então Clara vê ali a sua chance de livrar-se do chantagista e, como se fosse uma "visão", ela diz onde o homem pode ser encontrado, o que acontece posteriormente, sem dificuldades para a polícia.

Porém não acaba bem para Clara... Um capanga de Alemão vem e mata a moça a tiros. Rogério então fica desolado, pois apesar de não se darem tão bem, ele não conhecia outra vida a não ser ao lado da esposa e começa a pensar no pesadelo que ela teve sobre a igreja e acredita que foi uma premonição, então resolve fundar uma igreja e começa a fazer um curso para pastor.

Em alguns meses ele já está formado, compra a casa que alugavam e reforma para abrigar os cultos. Devido à fama de sua esposa falecida, não demora a chegarem os fiéis. Com a lábia e a conversa fácil do pastor Rogério, em pouco tempo ele já arrecada dinheiro para construir um templo maior e em uma área nobre, e um dos motivos para se mudar é que ele começa a receber ameaças da dona de um bordel do bairro, pois não está gostando que suas meninas estão frequentando os cultos.

"E quando chega a hora de mudar, nada mais resta a fazer a não ser aceitar o que vem pela frente de cabeça erguida."

Durante a celebração de um casamento, Rogério conhece Ana, uma moça solteira que desperta sentimentos no pastor, e os dois começam a sair juntos. Apesar de ele não acreditar em Deus e desejar sexualmente a moça, ele precisa se comportar e manter as aparências, para não pôr tudo a perder. Mas não será uma conquista fácil, já que o pai da moça é católico e odeia pastores.

Quando as coisas parecem estar se ajeitando, "fantasmas" do passado voltam para assombrar o pastor e ele, com sua "língua grande" comete os mesmos erros de sua esposa e pode acabar tendo o mesmo fim.

"Porque normalmente quem mais nos atinge, quem nos causa maior ferida são os nossos familiares. Porque quanto maior a proximidade, maior a decepção e maior a mágoa."

6 comentários:

  1. Oioi bonita!

    Adorei a premissa do livro, parece ser super interessante ainda mais com os quites que liberou!

    Parabéns pela resenha, eu a adorei haha

    Beijão
    www.cretinaliteraria.com

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  2. A história é bem diferente do que eu costumo ler, acho que por isso não me chamou muita atenção, mas mesmo assim, gostei da resenha!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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  3. Oie
    Pouco leio o gênero, mas me pareceu boa a trama, gostei.

    Beijinhos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

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  4. Olá,
    Confesso que esse livro não é para mim. Não sou fã do gênero.
    Beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  5. Oi meninas! Eu não conhecia a autora, mas atrama é bem interessante, Clara é uma personagem que chama atenção. E achei a resenha de vocês super completa, parabéns!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  6. Oi, Vivi!
    Menina, essa história está com cara de ter altas reviravoltas. Já quero!
    Beijos
    Balaio de Babados
    Sorteio Dois Anos de Família Hallinson

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