[Resenha] A singularidade (em estado de choque #1) | Carlos Nascimento

A singularidade

Autor(a): Carlos Nascimento
Editora: Kazuá
Páginas: 216
Resenha por: Larissa

Avaliação: 4/5
Compre: Editora

*Livro cedido pelo autor para resenha


Sinopse: Em algum lugar do passado distante da humanidade, o Universo se espraiou a partir de um Estado de Choque extremamente denso e quente, e ainda hoje continua a se estender. A obra de Carlos Nascimento, 'EM ESTADO DE CHOQUE', revela as experiências de seu jovem protagonista Daniel, através de um narrador nada convencional, perspicaz e destemido. O encontro acidental de Daniel com uma Força da Natureza - o Destino, desencadeia uma passagem entre universos e dimensões, levando a situações perigosas, intrigas internacionais, romance e aventuras do mundo jovem-adulto.'Em Estado de Choque' revela com maestria o tempo mensurado, com horas, dias, meses e anos, e também o tempo divino onde Daniel alimenta sua alma com o amor da jovem Tamiko e com a forte amizade do amigo-irmão Célio, personagens cativantes com quem ele pode contar em qualquer universo ou dimensão. A obra de CARLOS NASCIMENTO explora realidades paralelas e linhas históricas alternativas, com o poder criativo dos grandes escritores.

Resenha: Daniel, nosso protagonista, tinha uma vida comum de um universitário, até que um dia, ao sair para sua habitual corrida da tarde, acaba sendo pego de surpresa por uma chuva e algo inusitado acontece: um raio cai bem próximo à ele, que é protegido por uma bolha e sai ileso. A partir desse raio é que as coisas começam a ficar estanhas...

Saber que uma pessoa que estava morta simplesmente ainda não morreu, ou descobrir, após sair do banheiro, que sua mais nova namorada está namorando com outro e não quer nem saber de você, são coisas até superáveis, ainda que estranhas. Agora, descobrir, ao ligar a televisão, que Brasília não existe, que a capital do Brasil é o Rio de Janeiro e que existe um país chamado Confederação do Equador é o cúmulo...

"Cara, sinistro! Desde aquele incidente do raio, é a primeira vez que sinto medo de verdade! Medo de descobrir outras mudanças, as quais eu sequer desconfio que possam ter ocorrido! Será que eu tô sonhando? Tenho a impressão de que alguns cenários alternativos do meu mundo original se materializaram nessa realidade desvairada ao meu redor!"

Pensando em como resolver toda essa situação estranha, Daniel resolve contar os últimos acontecimentos ao seu amigo, Célio - que, inclusive, viu Daniel receber o raio. Juntos, decidem que o melhor a se fazer é contar tudo ao Benvenutti, um professor muito inteligente da universidade. O professor compreende a situação de Daniel e chega à conclusão de que o rapaz está viajando entre dimensões paralelas, sendo que cada vez que leva um choque, ele é "jogado" em uma nova dimensão.

"Seria essa uma tendência: a cada novo choque, o contraste entre as dimensões de origem e de destino se acentua? Caso positivo, onde irei parar se levar um terceiro choque? Que modificações haverá em relação à minha realidade original? Quem estaria morto lá e vivo aqui, e vice-versa? Aliás, como definir aqui e lá? Já não me sinto tão em casa!"

A partir de então o professor começa a bolar um plano para que Daniel volte à sua realidade "comum". Porém, durante o processo, na realidade atual em que o rapaz se encontra, ele descobre coisas secretas sobre serviços do governo e até mesmo sobre Benvenutti. A ideia do professor consiste em construir uma máquina que dará um choque em Daniel e o levará novamente ao seu mundo original.

Depois de muitos acontecimentos, Daniel finalmente consegue testar a máquina do professor e voltar para sua realidade. Acontece que ele volta exatamente ao momento em que o raio o pegou de surpresa, o que o faz questionar se ele realmente viajou entre diversas realidades ou se apenas teve um sonho enquanto estava desacordado.

A trama conta com vários personagens, onde muitos não são o que realmente parecem ser; geralmente em uma dimensão são uma pessoa e na outra são bem diferentes. Gostaria de dar um destaque especial ao professor Benvenutti, um cara admirável; ao Célio, um grande amigo do início ao fim; e, é claro, ao nosso protagonista, que soube lidar muito bem com as confusões pelas quais passou.

No início do livro temos um "Guia rápido para não entrar em estado de choque", que é como um dicionário, com várias expressões japonesas (temos uma personagem japonesa, a Tamiko, que é o amor de Daniel) e gírias mineiras que são usadas ao longo do livro, para não nos perdermos, o que eu achei muito bacana.

É uma estória cheia de aventuras - eu geralmente não gosto muito do gênero, porém gostei muito desse livro. O autor soube trabalhar muito bem a mistura de viagem no tempo com dimensões paralelas, e eu, que acho os dois temas bem interessantes, fiquei super satisfeita. Esse é o primeiro livro de uma série que ainda está em andamento, e confesso que é um início de série incrível, que já me deixou curiosíssima para ler os próximos volumes, que sairão em breve.