Resenha: Escuridão total sem estrelas - Stephen King

Escuridão total sem estrelas

Autor(a): Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 390
Resenha por: Viviane

Nota: 4/5





Sinopse: Na ausência da luz, o mundo assume formas sombrias, distorcidas, tenebrosas. Os crimes parecem inevitáveis; as punições, insuportáveis; as cumplicidades, misteriosas. Os personagens destes quatro contos passam por momentos de escuridão total, quando não existe nada - bom senso, piedade, justiça ou estrelas - para guiá-los. Suas histórias representam o modo como lidamos com o mundo e como o mundo lida conosco. São narrativas fortes e, cada uma a seu modo, profundamente chocantes.

Resenha: É sempre uma honra ler livros do Stephen King. Este é um livro de contos, quatro no total. Para mim foi um pouco diferente, já que não estava acostumada.

"1922": Conta a estória de uma família que mora na zona rural, marido, esposa e filho. Quando a esposa herda uma grande quantidade de terras, o marido vislumbra a riqueza, mas a esposa quer vender tudo e ir embora para a cidade. O filho, assim como o pai, também quer ficar no campo, então os dois tramam um assassinato, mas o que eles não esperavam era que o fantasma da mulher e a loucura seriam seus companheiros logo depois. Deste conto, tirei como mensagem que o que parece certo hoje, pode ser o motivo de nossa perdição amanhã, e que o arrependimento mata.

"Gigante do volante": Uma famosa escritora, após uma palestra em uma cidade distante, foi instruída à pegar um atalho. Lá ela cai em uma armadilha, é estuprada e quase morta por um homem que, de tão grande, é chamado de "Gigante do volante". Ele acha que ela está morta e a joga em uma vala, mas como ela não morre, decide planejar uma vingança contra o gigante e àquela que a fez pegar o "atalho". Nem tudo sai como o programado, mas o seu objetivo era fazer justiça com as próprias mãos e não deixar a estória dela chegar aos noticiários. Deste conto aprendi que às vezes a ajuda, o empurrãozinho final, vem de onde menos esperamos.

"Extensão justa": Um homem de meia idade está com um câncer terminal, mas ao encontrar um "maluco" na beira da estrada que lhe oferece vários anos de vida e saúde em troca de dinheiro, ele faz o acordo. Acontece que ele precisa passar a doença dele para alguém que ele odeie para que o acordo seja feito. Ele aceita achando que é loucura, mas milagrosamente a doença desaparece e ele prospera em todos os aspectos de sua vida. Mas e o escolhido para ficar com sua dor? Deste conto, tirei como lição: cuidado com o que deseja. Milagres existem, mas há um preço a pagar por eles.

"Um bom casamento": Darcy e Bob tinham um casamento de vinte e sete anos, feliz e perfeito, até que um dia em que o marido está viajando, Darcy descobre em sua garagem algo terrível, um lado sombrio do marido que ela jamais poderia supor que houvesse. Aí começa o dilema de o que fazer. Eles tem um casal de filhos já adultos e em começo de carreira promissora, então seja lá o que ela decida fazer, não pode abalar eles. Darcy também acha que a polícia não acreditaria que ela viveu vinte e sete anos ao lado de um "monstro" sem desconfiar de nada, então ela começa a tramar a famosa "justiça com as próprias mãos". Ela consegue levar seu plano até o fim, mas eis que vários meses depois, aparece em sua casa um policial e Darcy começa a perceber que o marido não foi tão esperto e cuidadoso quanto ele achou que era. Deste conto, descobri que todos nós temos um "monstro" por dentro. Mais cedo ou mais tarde ele sai, seja pelo próprio prazer, como o caso de Bob, ou para vingar aqueles que sofreram, como fez Darcy.

Foram quatro ótimos contos. Eu "boiei" um pouco no final de "Extensão justa", mas os outros três eu entendi perfeitamente.

Adorei o "posfácio" que tem no final do livro, onde o Stephen conta como surgiu a inspiração para os quatro contos. Adorei saber que ele adora chocolate e refrigerante, me fez ver que ele também é um simples mortal.

"Tudo bem, acho que já ficamos aqui embaixo na escuridão por muito tempo. Há todo um outro mundo lá em cima. Pegue minha mão, fiel leitor, e ficarei feliz em levá-lo de volta à luz do sol. Estou feliz em ir para lá, porque acredito que a maioria das pessoas é essencialmente boa. Sei que eu sou."