[Resenha] Assim como a fênix | Francisca Gomes

Assim como a fênix

Autor(a): Francisca Gomes
Editora: IDE
Páginas: 352
Resenha por: Viviane

Avaliação: 5/5
Compre: Editora

*Livro cedido pela editora para resenha


Sinopse: Esta é a história de superação de uma mulher negra que, desde a infância, muito sofreu com a rejeição e o racismo.

Sua própria mãe, branca, apesar de casada com um homem negro, não suportava a ideia de a filha ter herdado o tom de pele do pai e, com isso, dedicava todo o seu amor e atenção a seu outro filho, que, por uma questão genética, herdara mais os traços maternos.

Mas o preconceito, com seu olhar míope e hostil, não se contentou apenas com a cor da pele, caminhando por outros rumos, fazendo com que o rapaz também se tornasse alvo de discriminação, causada pela ignorância humana.

Uma história comovente, vivida por vários personagens, cada qual com suas dores e conflitos, a demonstrar que, munidos de amor e coragem, é possível vencer os obstáculos.

Resenha: Nossa história começa em 2005. Míriam é uma negra lindíssima, de trinta anos, que toca piano alegremente com seu filho de seis anos enquanto espera o marido chegar do plantão para o jantar; o filho vai dormir e, enquanto ela fica sozinha na sala tocando o piano, começa a recordar de sua vida, três anos antes...

Nossa protagonista está infeliz, vai trabalhar por não ter outra opção, e no ônibus acaba conhecendo um rapaz que chama a sua atenção; ele está lendo e a convida a ler uma frase do livro. Ao chegar na biblioteca do lugar onde trabalha, ela descobre que o livro é "O evangelho segundo o espiritismo", lê quase todo o livro e, naquele dia, sente-se bem, consegue até interagir com alguns colegas.

"Ninguém supunha que aquela jovem frequentemente calada, mas muito inteligente, não gostava da vida."

Míriam tem faltado ou chegado atrasada frequentemente no trabalho e já fora flagrada dormindo algumas vezes, então seu chefe a chama para conversar e diz que ela precisa tratar-se, pois tem depressão; Míriam surta, dizendo que não é louca, e sai porta afora falando que vai demitir-se. A moça caminha longamente e sente fome, então chega em uma lancheira e de longe avista o rapaz que viu no dia anterior, vai ao seu encontro, mas é atropelada.

Após alguns dias em coma, Míriam acorda, mas continua convicta de que não quer mais viver. O médico, percebendo que a paciente sofre de depressão com tendências suicidas, indica um psicólogo e, depois de muita relutância, Míriam concorda com o atendimento. Aos poucos Míriam vai adquirindo confiança no médico e passa a narrar sua deprimente vida...

Filha de mãe branca com pai negro e tendo herdado os traços do pai, Míriam sempre fora rejeitada pela mãe, mais ainda depois que o irmão Luiz nasceu e era branquinho como a mãe; porém, quando Luiz entrou na adolescência e começou a apresentar traços homossexuais, coisa que tanto a mãe quanto o pai abominavam, Míriam viu ali a sua oportunidade de conquistar a mãe e tirar o posto de filho preferido de Luiz. Os irmãos sempre viveram em pé de guerra e Míriam conseguiu dar um jeito de delatar o irmão, fazendo todos brigarem entre si. Os irmãos, cada um com suas diferenças, eram vítimas de preconceitos e rejeição.

"Você e Luiz foram abusados e mutilados emocionalmente. Sofreram uma verdadeira tortura por parte de seus pais, que deveriam amá-los incondicionalmente."

Luiz não aguentou a pressão e cometeu suicídio; Míriam poderia ter evitado, ou tentado evitar, mas só buscou ajuda dos pais quando já era tarde demais. Desde então vêm culpando-se e martirizando-se pelo ocorrido. Nas sessões com o psicólogo ela conta das suas próprias tentativas de suicídio e como escapou de cada uma, inclusive ajudando alguém.

Em sua luta interior, Míriam vai descobrir que é uma mulher bonita, bondosa, generosa, capaz de ter amizades verdadeiras, o poder do perdão ao próximo e, principalmente, de si própria, que sozinha não se chega a lugar algum e irá, inclusive, descobrir o amor; e nós vamos descobrir como aquele menininho lá do início da história passou a fazer parte da sua vida.