Autor(a): Fernanda Terra
Editora: Ler Editorial
Páginas: 252
Resenha por: Viviane
Nota: 4/5
Sinopse: Na infância, Maria Beatriz foi levada contra sua vontade para longe de seu pai e de sua amada Santa Maria, cidade linda, no coração do Rio Grande do Sul.
Mas, nem mesmo a distância ou o tempo foram capazes de apagar as lembranças que ela trazia no coração.
Hoje, mais madura, ela está ansiosa com sua volta para casa e com o início de uma nova vida na Universidade de Santa Maria, cursando Psicologia. Sua felicidade é tanta que ela se distrai por um momento.
De repente, no corre-corre do aeroporto, enquanto procurava por seu pai, acontece um esbarrão.
Era um certo peão...
E depois disso, a vida de Maria Beatriz nunca mais seria a mesma...
Léo é estudante de veterinária e se estabeleceu na cidade depois que o pai herdou a Fazenda Palmital do avô. O jovem peão mexe com as estruturas de Santa Maria, não só pelo som de sua caminhonete potente, mas também por todo seu charme e disposição para conquistar uma certa moça que roubou seu coração.
Resenha: A resenha de hoje é um pouco diferente, pois ela é meio pessoal. Para quem não sabe, a Larissa e eu moramos em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, cidade que foi palco da "tragédia da boate Kiss", já se passaram quatro anos, mas a dor e o sofrimento que a cidade passou naquele dia ainda são muito presentes em nosso dia a dia. Na tragédia, morreram 242 jovens, mas outras dezenas que sobreviveram, ficaram com sequelas físicas e psicológicas e têm também tantos outros que fazem uso de medicações até hoje, mas, enfim, vamos à resenha.
Maria Beatriz, ou Bia, é uma jovem que nasceu em Santa Maria, mas ainda criança foi levada pela mãe, após a separação de seus pais, para São Paulo. A vida lá não foi fácil, já que nunca se deu bem com Maria Elisa, sua mãe. Após completar a maioridade, Bia voltou para o sul, para viver com João, seu pai, que é delegado na cidade. Bia estava cursando psicologia em São Paulo, então, continuou seus estudos na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), onde conheceu e se tornou próxima de Léo e sua irmã Jessy. Mas apesar de se interessar por Léo logo de cara, o relacionamento dos dois não começa muito bem, pois ele é um jovem machista e mandão e ela é uma moça muito marrenta, então imagina só o que foi esses dois durante todo o livro.
Como toda turma de jovens universitários, eles eram muito festeiros. Léo e Bia já estavam namorando firme quando foram a uma festa na boate Kiss, coisa que era comum ao casal, mas naquela noite do dia 27 de janeiro de 2013, tudo seria diferente. Bia foi um pouco antes de Léo para a festa, já que o moço ficara preso na fazenda ajudando no parto de uma vaca (Léo estuda veterinária e mora em uma fazenda). Mas Bia não foi sozinha, foi com Boi (esse é o apelido do amigo), o melhor amigo do casal, pois Léo, com seu ciúme excessivo, jamais permitiria que sua "marrentinha" fosse sozinha para a boate. Bia já estava preocupada com a demora de Léo, foi quando viram uma movimentação estranha na boate, e Boi começou a gritar para saírem, pois estava pegando fogo lá dentro. Imediatamente Bia liga para Léo que já estava chegando e avisa ele para não entrar, mas a fumaça toma conta do local, Bia perde os sentidos e Léo, teimoso do jeito que é, claro que deu um jeito de entrar lá atrás dela, quebrando uma parede a marretadas.
"E quando olhei para o lado senti que não tínhamos como escapar. Nós morreríamos ali, como as pessoas que estavam sendo amontoadas ao nosso redor."
Foi impossível conter as lágrimas ao ler e relembrar o acontecido. Mas para não dar spoiler e estragar a surpresa de quem vai ler, só posso dizer que Boi carregou a amiga para fora da boate, os dias seguintes não foram fáceis e o que veio a seguir foi a prova de que mesmo após uma tragédia sem precedentes como esta, o ser humano é capaz de dar a volta por cima e recomeçar, é só ter as pessoas certas por perto e muito amor.
"...o clima em todos os cantos da faculdade, era de tristeza total. Na verdade, a cidade toda estava assim, nossa Santa Maria nunca mais seria a mesma depois do que nos aconteceu em janeiro."
Foi estranho ler uma livro que se passa na minha cidade, já que acabei encontrando muitas coisas que não fazem parte da nossa cultura, daí eu imagino: quantos lugares eu conheci através dos livros que traziam informações erradas. Vou citar algumas informações equivocadas: no livro falou de carne seca, quando aqui o certo é charque; falou também de quermesse, e não temos isto aqui; uma coisa que me incomodou bastante foi Bia chamando Léo de peão, mas como a moça morou em São Paulo, essa eu vou perdoar, ela deve ter aprendido lá, porque aqui é gaúcho mesmo. Mas no geral, a leitura foi muito válida.
Ah, e para quem possa ter ficado se perguntando se perdemos alguém na tragédia: não, até soubemos de filhos de conhecidos, mas ninguém que tenhamos conhecido pessoalmente.
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ResponderExcluirI will be very glad to be friends! Good weekend!
xoxo, Nastya
MY BLOG NASTYA DEUTSCH
É estranho ler livros com informação não reais né, mas faz parte, espero que não tenha prejudicado a leitura! A história parece boa, mas não sei se leria, adorei sua resenha também!
ResponderExcluirhttp://www.leitorasvorazes.com.br/
Wonderful post, dear! Thanks!
ResponderExcluirI'd be happy friendship blogs ♥
Julia Shkvo
Oie
ResponderExcluirSó fiquei pensando se a o romance é fictício. Nossa, essa tragédia marcou, não sei se eu leria este livro. Imagino sua emoção, ainda mais vivendo na cidade.
Beijinhos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Olá,
ResponderExcluirAdoro quando um livro mexe tanto conosco que nos faz derramar lágrimas.
Vai para minha lista com certeza!
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Oii!
ResponderExcluirÉ tão bom ler livros que mexe com a gente, mesmo assim fiquei dividida que leio ou não!
Beijooos - Refúgio Da Ju
Oi Viviane! Puxa, livro com informações erradas não é legal. Sobre a tragédia, eu acompanhei de longe pq moro em SP, mas é difícil não se emocionar! De todas as formas eu achei a resenha linda e tocante!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Tenho certeza que relembrar não foi fácil. Mas sua resenha ficou tão realista que é impossível não imaginar. Vou anotar a dica bjs
ResponderExcluirTaynara Mello www.indicarlivros.com
Oi, Vivi!
ResponderExcluirMorei com uma menina de Santa Maria e passamos por uma situação que lembrou muito esse terrível acidente. Ela ficou bem mal.
Enfim... gostei muito da sua resenha. Deu pra perceber que o livro mexeu mesmo com você.
Beijos
Balaio de Babados
Eu amo livros que envolvem sítio, fazendas, esse tipo de coisa. Adorei sua resenha! ❤
ResponderExcluirwww.kailagarcia.com
Oi meninas, tudo bem?
ResponderExcluirFiquei curiosa: o Leo morre? :'(
Também sou gaúcha e foi realmente difícil pra nós vermos tantos jovens tendo suas vidas ceifadas graças a irresponsabilidade de empresários negligentes.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Olá!
ResponderExcluirRealmente foi uma tragédia que abalou o Brasil, mas com certeza, não tanto quanto aos que estavam tão próximos de onde tudo ocorreu.
É complicado quando não temos um trabalho de pesquisa bem feito para fundamentar a escrita, essa é uma parte muito importante de qualquer obra, talvez a autora se atenha mais a esse aspecto no futuro. E que bom que a leitura foi válida!
Abraços!
http://bloghistoriasliterarias.blogspot.com.br
Nossa, deve ser estranho mesmo ler algo que se passa em nossa cidade. Eu também sou gaúcha, então talvez me incomodaria com algumas coisas que você falou. Não conhecia nem a obra e nem a autora. Não sei se irei ler, mas adorei ler sua opinião :)
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br