Resenha: Somos todos decoradores - Cinthia Liberatori

Somos todos decoradores

Autor(a): Cinthia Liberatori
Editora: Dash
Páginas: 119
Resenha por: Viviane

Nota: 5/5
*Livro cedido pelo site para resenha




Sinopse: Com seu jeito expansivo, apaixonada pelo que faz e sempre a mil por hora, Cinthia foi relatando suas experiências na profissão e com elas montando o fascinante mosaico que compõe o dia a dia de todos que se dedicam ao ofício de materializar o sonho mais acalentado por todos nós: a casa da gente.

Com humor, sinceridade e perspicácia, Cinthia abre o jogo desse lado pouco conhecido e dificilmente divulgado da profissão. Em suas crônicas, ela conta situações muito comuns na rotina de quem está na área. As rusgas com o engenheiro, os melindres entre os fornecedores e o cliente e as saias-justas que certos pedidos causam são alguns dos temas abordados.

SOMOS TODOS DECORADORES é uma obra que lança um novo olhar para tão fascinante profissão. Quem já contratou alguém para construir, reformar ou decorar também vai rir, talvez até de si mesmo, por se ver retratado em algumas das peripécias da Cinthia.

Resenha: Blogueira também trabalha... quem vê essas resenhas todas as segundas e todas as sextas, mais a postagem de quarta, imagina que não fazemos outra coisa a não ser ler. Eu trabalho em uma fábrica de móveis, e não é no escritório, é na produção mesmo, então fiquei muito feliz quando este livro chegou até nós, pois é interessante ver a "coisa" por um outro ângulo.

Cinthia é arquiteta e decoradora há mais de vinte anos, então ela já passou por muitas situações, e aqui, nesta obra, ela nos relata algumas delas em forma de crônicas. Eu me diverti muito e me identifiquei várias vezes com situações que também já passamos na marcenaria. Mas não pense que porque é um livro que fala de arquitetura que não vai servir pra você! É incrível como tem muitas situações que se encaixam no nosso dia a dia em qualquer profissão que exerçamos. Vou citar algumas que achei mais interessantes, curiosas ou divertidas...

A autora conta com muito humor a vez em que ela foi surpreendida pelo dono da casa enquanto tomava um chazinho com torradas e a vez em que o marido da cliente teimou que queria uma cama quadrada de 2 metros por 2 metros.

Teve situações em que Cinthia ficou em meio a mãe e a filha na hora de escolher um papel de parede. O quarto era da garota, mas, infelizmente, a opinião da mãe venceu. Em outra ocasião, a cliente fez umas comprinhas no exterior para decorar o lar, mas vieram faltando peças: o papel de parede não tinha metragem suficiente e, no fim, Cinthia não conseguiu fazer a decoração, pois a cliente recuou devido aos altos custos de trazer o material que faltou.

"Acredito que não são as pessoas que abusam da gente, mas nós que nos deixamos ser abusados."

Tem muitas situações engraçadas com as empregadas das casas em que Cinthia trabalhou e outras tantas com seus clientes. É muito legal o reconhecimento que a arquiteta tem com seus colaboradores, pois ela sabe que sem eles ela não tiraria os lindos projetos do papel.

"Ninguém faz ideia do que é preciso para aquele ambiente perfeito ficar pronto."

O que achei mais interessante na forma de trabalhar da autora é que ela dá muita importância para a opinião e a vontade de seus clientes. Normalmente as arquitetas que vejo decidem sozinhas pelo cliente, muitas vezes, não priorizando suas vontades, mas executando o projeto da forma que elas acham que vai ficar mais bonito e valorizará mais seu trabalho.

Tem outra coisa bem legal no livro: por diversas vezes, no final de cada crônica, a escritora escreveu uma curiosidade, e a que mais gostei foi saber que Harrison Ford (Indiana Jones) era marceneiro antes de ser ator, e que foi ao montar uns armários na casa de um cineasta, que foi convidado para um pequeno papel em um filme.

Então fica a dica desta gostosa e divertida leitura, pessoal. O livro é bem pequeno, ideal para ler entre um livro e outro ou só para espairecer lendo algo leve e divertido.

E essa última frase dedico ao meu esposo (marceneiro). Quando li ela no livro, parecia que estava escutando ele falar...

"Gosto das coisas bem feitas, não aceito o bom, para mim o trabalho tem que ser ótimo."