[Resenha] Interferências | Connie Willis

Interferências

Autor(a): Connie Willis
Editora: Suma de Letras
Páginas: 464
Resenha por: Larissa

Avaliação: 5/5
Compre: Americanas / Editora

*Livro cedido pela editora para resenha


Sinopse: Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem - a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada.

Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor - e a comunicação - são bem mais complicados do que ela esperava.

Resenha: Briddey trabalha em uma empresa de celulares, especializada em criar novas tecnologias para o aparelho, juntamente com seu namorado, Trent.

O casal está junto há seis semanas, e tudo está um mar de rosas, porém, para melhorar ainda mais as coisas, Trent sugere que antes do casamento eles façam um EED, que é uma cirurgia simples que promete que os dois apaixonados que estão emocionalmente ligados sentirão as emoções um do outro, ou seja: aumenta a comunicação sentimental entre o casal. O procedimento parece ser simples e dar super certo, já que vários casais famosos já o fizeram. Mas será que as chances de dar certo são 100% confiáveis? Briddey acredita que sim, Trent mais ainda, já C. B. - que trabalha na mesma empresa de Briddey - e a família da garota veem isso como uma loucura e estão dispostos a tudo para impedir que ela faça a cirurgia.

"E se vocês dois só acharem que estão emocionalmente ligados? Quero dizer, as pessoas acham coisas que não são verdade o tempo todo. Hitler provavelmente achava que era um cara muito legal..."

Ao acordar após a cirurgia, Briddey passa a comunicar-se mentalmente com uma voz, mas não é qualquer voz, e sim a voz de C. B., o "doidão da empresa". C. B. sempre tivera uma fama de maluco na Commspan - a empresa dos celulares; além da sala do rapaz ser fria e no subsolo, ele nunca interage com os colegas, nem vai às reuniões e está sempre com roupas estranhas e o cabelo bagunçado, como se vivesse alheio ao resto das pessoas.

Após algumas horas da cirurgia, Briddey e Trent ainda não tem uma conexão emocional, o que deixa o rapaz preocupado. Briddey até estaria preocupada com a não transmissão de suas emoções à Trent, isso se não estivesse ainda mais preocupada com o fato de estar conversando mentalmente com C. B.

"Se ao menos ela pudesse fazê-lo ir embora para sempre. E o que faria se não conseguisse?"

Briddey não tem uma família fácil. Suas irmãs - Kathleen e Mary Clare - e sua tia Oona estão sempre se intrometendo na sua vida - demais mesmo. Kathleen tem uma filha, Maeve, e é bem rigorosa com a menina, inclusive com os desenhos que ela assiste. Na empresa não é muito diferente, já que Suki é como se fosse a revista de fofocas do local e, nas mãos dela, as notícias levam segundos para se espalharem.

Trent é um rapaz que dá muito valor ao trabalho e à sua posição na empresa. O que ele tem de lindo e de conquistador tem de cobiça. Logo no início dá para perceber que seus interesses com Briddey não são somente sentimentais, e sim mais uma questão de elevar seu nome na empresa.

Ao ler a sinopse do livro imaginamos se tratar de um romance em que um casal quer fazer um experimento que acaba não saindo como o planejado, porém, acreditem: essa história é muito mais que isso. Eu não sei vocês, mas eu nunca tinha lido um livro que tratasse de telepatia, e confesso que fiquei simplesmente apaixonada por esse livro e por todas as teorias criadas pela autora sobre o tema. Eu não posso falar demais, mas espero que tenha convencido vocês a lerem esse livro genial - sim, é uma história simplesmente genial.

"O único lugar em que podem extravasar as coisas ruins é dentro de suas cabeças, o que faz com que seus pensamentos desagradáveis ganhem proporções exageradas."