[Resenha] Até que a morte nos ampare | Marcos Martinz

Até que a morte nos ampare

Autor(a): Marcos Martinz
Editora: Skull
Páginas: 68
Resenha por: Viviane

Avaliação: 4/5
Compre: Amazon / Submarino




Sinopse: Ei! Por favor, você não tocou neste livro por acaso. Preciso que me ajude. Eu me casei, sim, isso pode parecer normal, mas, eu estou morta, e não apenas isso, estou condenada a reviver o dia fatídico de minha morte todos os dias. Quando eu morri? No dia de meu casamento. Para que eu descanse em paz preciso descobrir meu assassino, isso só será possível se você ler a minha história.” Rosinha, a noiva. Rosinha morre no dia de seu casamento e está amaldiçoada a reviver essa tragédia por toda a eternidade. Como quebrar esse circulo vicioso de flores, bolinhos, convidados e uma morte horrível? Descobrindo seu assassino.

Resenha: Nosso narrador é Marcos - o autor -, e ele tem um dom: durante o sono seu espírito sai em busca de histórias para contar; dona Morte sempre o busca e depois o devolve para o seu corpo com uma nova narrativa. Desta vez a protagonista é Rosinha, uma jovem que foi assassinada no dia de seu casamento.

Quando Marcos é "buscado", dona Morte o leva até um cemitério que está em festa. Lá ele vai até o jazigo de Rosinha; inicialmente não entende o porquê de a moça estar vestida de noiva, mas logo descobrirá.

"- Ela parece ter um rostinho muito feliz para quem tem uma história ruim para contar...
- Não se engane, belos rostos podem esconder histórias macabras na alma."

A jovem passa a narrar que, há uns duzentos anos, era o dia de seu casamento, ela estava se vestindo e conversando com suas três comadres, falava de suas dúvidas e de seu sonho de estudar e viajar. As mulheres, já casadas há tempo, aconselhavam-na a casar-se sem reclamar e falavam da sorte que ela teve em arranjar um bom partido. O casamento seria à meia-noite e, um pouco antes, alguém passaria para pegá-la. As mulheres foram para a igreja e a deixaram sozinha, acabando de se arrumar. Porém Rosinha chorou muito e acabou adormecendo; ela acordou com as badaladas do sino, que marcavam meia-noite, desesperou-se por perder a carona e saiu correndo em direção à igreja, que ficava perto. Para sua surpresa, ao chegar lá, viu que um homem carregava seu corpo morto. Num piscar de olhos Rosinha estava de novo no quarto se arrumando e conversando com as comadres, chorava, dormia, acordava, corria e via seu corpo morto... E assim o espírito de Rosinha ficou por muitos anos, sempre revivendo suas últimas horas de vida, até que dona Morte apareceu e disse que aquele looping infinito só acabaria quando ela descobrisse quem foi seu assassino.

"Até que a morte nos ampare" é um livro bem curtinho, mas com uma linda estória, que apesar de fantasiosa, é bem real, embora se apresente como ficção; tem muita espiritualidade nela e uma linda mensagem sobre depressão.

"Era uma tristeza diferente de todas as outras tristezas, vinha de dentro da alma, passava para o peito e desabava dos olhos."